sexta-feira, 23 de abril de 2021

Álvaro Dias explica por que não seguiu decreto de Fátima e diz que não concorda com toque de recolher

Em entrevista à TV Tropical, na manhã desta sexta-feira (23), o prefeito de Natal, Álvaro Dias, esclareceu a razão de não seguir o decreto do governo do estado no combate ao avanço da covid-19 no Rio Grande do Norte. Segundo o líder do Executivo municipal, o panorama da doença na capital é diferente do encontrado nos últimos decretos em que prefeitura e estado publicaram ações conjuntas, além do fator econômico.

"Não podíamos seguir o decreto do governo do estado porque a situação é outra. Natal tem como principal fator de geração de emprego e renda o turismo, os bares, hotéis, restaurantes, que empregam em torno de 100 mil pessoas. Para manter essa atividade funcionando, nós tinhamos que fazer esse decreto alternativo", afirmou ao "RN No Ar".

Entre as medidas que divergem está o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes. De acordo com Dias, ninguém quer ir a um bar para não consumir as bebidas. Ele ainda citou o horário de funcionamento. "Da forma que estava, funcionando até 20h, estava praticamente tudo fechado. Natal estava em lockdown. Quem vai para bar, restaurante, hotel sem poder tomar bebida alcoólica e fechando às 8 horas da noite? Ninguém", pontuou.

Em relação ao toque de recolher, o prefeito declarou que é contra a medida, apesar de ter assinado os últimos decretos que adotavam a medida. Contudo, citou que a ação começa após as 22h pressupondo o horário de funcionamento dos estabelecimentos. "Não concordo muito com esse toque de recolher. Isso é um abuso de autoridade, de poder. Não concordamos com isso. E entendemos que ninguém pode controlar o direito de ir e vir de ninguém. É algo assegurado pela constituição. Mas, como o funcionamento é até as 22h, pressupõe-se que o toque de recolher começa nesse horário", disse.

Vacinas

Com a falta de imunizantes e a vacinação para a segunda dose da CoronaVac paralisada, Álvaro Dias criticou a postura do governo estadual em não ceder a reserva técnica para a continuidade da imunização. Ele ainda reforçou que não há erro na gestão municipal na aplicação das doses e jogou a responsabilidade para a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN). 

"Se houve erro foi do governo em relação a essa reserva técnica. O governo está retendo mais de 10 mil doses. Nós solicitamos e houve uma negativa do governo. Essa reserva é para um caso desse. Se houver falta de vacina, deve ser liberada. Não há motivo para que o governo do estado continue mantendo essa reserva técnica de 10 mil doses, com a gente precisando aplicar a segunda dose em muitos idosos e não pode ser feito porque o governo não liberou", concluiu.

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